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sábado, 17 de abril de 2010

A Novela da ETE de Campos do Jordão

POR: PAOLILO
Há mais de 40 anos se arrasta a história da sonhada Estação de Tratamento de Esgoto de Campos do Jordão. De lá pra cá muita discussão foi feita, muita especulação, mas infelizmente nenhuma ação verdadeira e saneadora do problema foi tomada.
Por volta dos anos 60, era possível perfeitamente pescar e nadar no rio Capivari! O que não consigo engolir é a situação em que se encontra não só o Rio Capivari, mas também todos os seus afluentes que, em sua maioria, já estão nascendo mortos.
Muito me espanta uma placa “desenvolvida” pela atual administração, logo na chegada de Capivari, com os dizeres: “Campos do Jordão, correm rios murmurantes”. Linda a frase, inclusive retirada do hino da cidade, porém gostaria de salientar que os rios não estão mais murmurando, os mesmos então gritando e implorando por SOCORRO.
Cada vez que a administração municipal muda, se inicia mais um capítulo da novela da ETE. O fato é que ninguém até hoje encarou o problema de frente e manteve uma decisão até que a novela tivesse um fim. Um fato muito conhecido de falta de pulso e comprometimento de um político: quando a área da Lagoinha foi designada para a construção da ETE, alguns notáveis que possuem residência na área fizeram o jogo político e a Sabesp abortou a construção. O Governo municipal permaneceu omisso.

O ponto que “martela” a minha cabeça todos os dias é o seguinte: Como pequeno grupo de pessoas, que sequer residem na cidade, podem resolver por milhares que estão aqui todos os dias, vivendo os problemas , morando próximo aos rios poluídos? O resultado disso é: água totalmente poluída e população doente: quantas “viroses” não “passam” pela cidade todos os anos? , e o que dizer quando Campos do Jordão foi campeã no estado de São Paulo em casos de Hepatite e vidas foram comprometidas com esse surto? Não precisa ser técnico nem muito inteligente para perceber que isso tem tudo a ver com a falta de tratamento dos esgotos sanitários.
Vale lembrar que criou-se uma grande expectativa na administração passada, quando enfim foram iniciadas as obras e se via o trabalho acontecendo, que naquela época custaria cerca de 80 milhões entre coletores e a estação em si. Porém após o ano de 2009, o trabalho simplesmente parou, não se viu mais os coletores e mais um capitulo começou: desta vez querem construir a estação em uma área bem próxima ao horto florestal e desta vez o custo será de 111 milhões (isso porque dizem que a inflação está controlada, vai entender).
No meu humilde conhecimento eu penso no seguinte: se na lagoinha, cujo terreno JÁ PERTENCE À SABESP, foi alegado um problema de conflitos “turísticos”, que o cheiro poderia chegar à Capivari e um monte de papagaiada, como então agora poderá ser permitido que seja construído próximo ao horto? Posso estar enganado, mas acho que se trata de um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. E aí, agora não tem problema?
Outro ponto é o seguinte: segundo a RAP (relatório de avaliação preliminar) apresentado pela própria SABESP a situação é a seguinte: existem 236km de rede de água e 90km de rede de esgoto. Isso quer dizer que a rede de Esgoto corresponde de 38% da rede de água, isso quer dizer que: 62% das pessoas que recebem água, não têm a coleta de esgoto ou a ligação é clandestina (visível nos imóveis que estão na beira do rio). Se estiver errado, me corrijam!
Após saber que a rede só “cobre” 38% da cidade, agora sim pode se entender porque se diz que: “a estação vai tratar 100% do esgoto coletado”, ou seja , 100% dos 38%. Sim, são 30% menos carga poluente nos rios, mas como é possível se gastar 111 milhões pra tratar tão pouco? Antes o projeto era pra 80% (se não me engano) e custava 80 milhões.
Porque houve tamanho aumento no valor da obra? Porque a SABESP, que também é uma empresa pública, preferiu abortar a construção da estação na lagoinha e deixar para depois? O que vai ser feito com o terreno que foi DESAPROPRIADO para a SABESP na lagoinha? Qual é o plano para tratar de vez o esgoto 100%? Construir uma Estação deste porte em uma encosta,, próximo à uma área de preservação é conveniente?
Por fim, eu gostaria de saber qual é o valor do crime ambiental que vêm sendo cometido à 40 anos pela SABESP, que cobra pelo esgoto, quanto isso vale e qual é a dívida que essa empresa têm para com os Jordanenses? E quanto se custou até hoje atender à solicitação de uma minoria burguesa e empurrar com a barriga a construção da ETE?
Se alguém puder responder todos estes questionamentos, mas com razões verdadeiras e não historinhas pra boi dormir, que o faça, porque o povo jordanense inteiro não agüenta mais esse tipo de “morosidade” que é típica de Campos do Jordão.
E aí? Vamos fazer um trabalho decente ou esse será mais um fiasco oficial?

6 comentários:

  1. Minha cidade tambem esta com problema parecido com este. O que tu pretendes fazer neste caso?
    Te cuida.

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  2. 111 milhões é muito dinheiro, porque nós nunca ficamos sabendo?
    Nós precisamos de ajuda do governo do Estado.
    Parabens pelo texto

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  3. Primeiramente fico agradecido pelos parabéns... aí vai a resposta:

    O que podemos fazer, e devemos é nos manifestar de TODAS as formas possiveis para que haja um entendimento e um consenso entre população e poder público.

    Realmente 111 milhões é muita grana, e esse dinheiro ja é do governo do estado. O que a população não só jordanense, mas como a brasileira em geral deve fazer, na minha opinião, é começar a pedir a "prestação de contas" disso. É facil dizer que serão 111 milhões, mas onde isso será gasto? Esse é o ponto chave para se minimizar esses tipos de absurdos.

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  4. Já estudaram todas as possibilidades de se escolher um outro local para se fazer que não seja Lagoinha?

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Sim, foram apresentadas 12 áreas, se não me engano.
    O grande problema é a questão do valor ser alto e o atual projeto prevê que seja construído em área da "Agro Industrial Santa Helena", que é divisa com o horto florestal(área altamente turistica)

    O fato é que a lagoinha é um caminho simples, basta que se tenha pulso e não se deixe levar pelas possiveis pressões que o "seleto" grupo poderá fazer.

    O importante é tratar o esgoto. Com preço de mercado, sem exorbitância e sem passar o povo mais uma vez pra trás.

    De que adianta se gastar os 111 milhões se nem a metade da cidade será contemplada com o tratamento? Com esse valor poderia se construir mini estações em vários locais, a eficacia seria muito mais alta e ainda sobraria dinheiro!

    E outra, o terreno da lagoinha deveria ser devolvido ao povo, já que pode perder a finalidade para o qual foi desapropriado.

    Não concorda?

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