TRADUTOR

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Minas sem mar, Minas em mim: Minas comigo. Minas

João Guimarães Rosa

Não é segredo que João Guimarães Rosa nutria grande respeito e admiração por Minas Gerais. Mas, excedendo e levando isso ao limite, era também um apaixonado. Num texto publicado em 1957, o autor se declara. Veja a seguir:

Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala. Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade. Aguarda-nos amparada, dada em neblinas, coroada de frimas, aspada de epítetos: Alterosas, Estado montanhês, Estado mediterrâneo, Centro, Chave da Abóbada, Suíça brasileira, Coração do Brasil, Capitania do Ouro, a Heroica Província, Formosa Província. O quanto que envaidece e intranquiliza, entidade tão vasta, feita de celebridade e lucidez, de cordilheira e História. De que jeito dizê-la? MINAS: patriazinha. Minas — a gente olha, se lembra, sente, pensa. Minas — a gente não sabe.

(...) É a Mata cismontana, molhada de ventos marinhos, agrícola ou madeireira, espessamente fértil. É o Sul, cafeeiro, assentado na terra-roxa de declives ou em colinas que europeias se arrumam, quem sa­be uma das mais tranquilas jurisdições da felicidade neste mundo. É o Triângulo, avançado, forte, franco. É o Oeste, calado e curto nos modos, mas fazendeiro e político, abastado de habilidades. É o Norte, sertanejo, quente, pastoril, um tan­to baiano em trechos, ora nordestino na intratabilidade da caatinga, e recebendo em si o Polígono das Secas. E o Centro corográfico, do vale do Rio das Velhas, calcário, ameno, claro, aberto à alegria de todas as vozes novas. É o Noroeste, dos chapadões, dos campos-gerais que se emendam com os de Goiás e da Bahia esquerda, e vão até ao Piauí e ao Maranhão.

(...) Só, e no mais: sem ti, jamais nunca — Minas, Minas Gerais, inconfidente, brasileira, paulista, emboaba, lírica e sábia, lendária, épica, mágica, diamantina, aurífera, ferrífera, ferrosa, férrica, balneária, hidromineral, jê, puri, acroá, goitacá, goianá, cafeeira, agrária, barroca, luzia, árcade, alpestre, rupestre, campestre, de el-rei, das minas, do ouro das minas, das pretas minas, negreira, mandigueira, moçambiqueira, conga, dos templos, santeira, quaresmeira, processional, granítica, de ouro em ferro, siderúrgica, calcárea, das perambeiras, serrana bela, idílica, ilógica, translógica, supralógica, intemporal, interna, leiteira, do leite e da vaca, das artes de Deus, do caos calmo, malasarte, conjuradora, adversa ao fácil, tijucana, januária, peluda, baeteira, tapiocana, catrumana, fabril, industriosa, industrial, fria, arcaica, mítica, enigmática, asiática, assombrada, salubre e salutar, assobradada, municipal, municipalíssima, paroquial, marília e heliodora, de pedra-sabão, de hematita compacta, da sabedoria, de Borba Gato, Minas joãopinheira, Minas plural, dos horizontes, de terra antiga, das lapas e cavernas, da Gruta de Maquiné, do Homem de Lagoa Santa, de Vila Rica, franciscana, barranqueira, bandoleira, pecuária, retraída, canônica, sertaneja, jagunça, clássica, mariana, claustral, humanista, política, sigilosa, estudiosa, comum, formiga e cigarra, labiríntica, pública e fechada, no alto afundada, toucinheira, metalúrgica, de liteira, mateira, missionária, benta e circuncisa, tropeira, borracheira, mangabeira, comboieira, rural, ladina, citadina, devota, cigana, amealhadora, mineral e intelectual, espiritual, arrieira, boiadeira, urucuiana, cordisburguesa, paraopebana, fluminense-das-velhas, barbacenense, leopoldinense, itaguarense, curvelana, belo-horizontina, do ar, do lar, da saudade, do queijo, do tutu, do milho e do porco, do angu, do frango com quiabo, Minas magra, capioa, enxuta, groteira, garimpeira, sussurrada, sibilada, Minas plenária, imo e âmago, chapadeira, veredeira, zebuzeira, burreira, bovina, vacum, forjadora, nativa, simplória, sabida sem desordem, sem inveja, sem realce, tempestiva, legalista, legal, governista, revoltosa, vaqueira, geralista, generalista, de não navios, de não ver navios, longe do mar, Minas sem mar, Minas em mim: Minas comigo. Minas.

 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

"Ano de batalhas, derrotas e reconquistas"

 


Foi um ano puxado; problemas familiares, doenças, contas a pagar e assim foi no pais inteiro, mas graças a Deus chegamos ao final, vivos, bem de saúde e pelo menos na nossa casa sem nenhuma baixa e vale lembrar que ainda deu tempo de corrigir muitas falhas que vinham se acentuando aos poucos sem que eu percebesse, como o consumo excessivo de cerveja, somente a cerveja.

Eu estava consumindo em media de 2 a 4 caixas de cerveja por dia, dormia e acordava mal; o primeiro pensamento do dia era realizar todos os afazeres de casa o mais rápido possível, sair comprar a cerveja colocar para gelar e sentar para beber, e mais nada.

Em outras épocas eu adorava curtir a natureza, fazer caminhadas, corridas, viajar; de repente fui perdendo essa vontade e substituindo os momentos de prazer  com uma vida normal e saudável pelo momento de beber.

Desde quando fiz a bariátrica fui avisada para tomar muito cuidado com cerveja, pois muitos outros pacientes substituíram a compulsão da comida, por bebidas, mas achei pouco provável, eu sempre gostei de bebidas, mas nunca extrapolei até 10 dias atrás, no mais, cerveja era uma coisa que não me preocupava, pois nunca fui muito fã.

Mal sabia eu que iria virar uma beberrona, estava vivendo para beber e bebendo para viver, perdi as percepções de vida, perdi os prazeres da vida.

O pensamento era um só, o mundo desabando em cima da sua cabeça, vc sobrecarregada de problemas seus e dos demais, sozinha para resolver tudo, tinha perdido espaço, tempo, não conseguia fazer nem meus estudos que gosto tanto, o único prazer que tinha era comprar cerveja sentar e beber, e ficava puta quando alguém torcia o nariz ou me pedia um favor, resposta imediata: - Agora estou bebendo, não me enche a porra do saco!

Um dia resolvi parar de beber, não aguentei 5 dias, voltei as cervejas, mas no fundo muito incomodada, por que percebi que aquilo estava me dominando, e nada que nos domina é bom a não ser nós mesmo.

Fui em uma psicóloga, aquela mulher é bem louca, não vou mencionar o nome,por questões obvias, mas cheguei lá e expliquei a ela tudo, sem pudores, resposta da maluca: - Olha eu não vejo problema nenhum em vc se satisfazer sentando e tomando cerveja, se te faz sentir bem, não vejo problema.

Eu não fiquei com vontade de mandar ela ir tomar no cú, mas saí de lá entendendo muito bem o quanto esta difícil achar profissionais verdadeiramente capacitados na área da saúde, os particulares são abusivamente caros; refleti mais um pouco e pensei: vou no CAPS, lá tenho certeza que são capacitados, pois atendem um grande numero de pessoas, nunca vi ninguém falar mal do atendimento no CAPS.

Pois bem, cheguei cedinho 8 horas, haviam vários carros importados parados na porta, pessoas de todas as esferas da sociedade, tiveram o mesmo pensamento que eu e passando nos médicos e atendimento do CAPS, foi a melhor coisa que fiz.

Passei pela assistente social que me perguntou sobre tudo que se pode imaginar, e mediante minhas respostas disse que me encaminharia para a consulta psiquiátrica e foi maravilhosa. Expliquei a psiquiatra que tinha sérios problemas com cerveja e ela me explicou que não sou alcoólatra, mas que isso era sim um principio de alcoolismo se instalando e que iriamos corrigir isso com medicações e sessões de terapia em grupo.

Moral da estória; estou a 10 dias sem consumir nada de álcool, me sentindo super bem, final de semana senti uma vontade de caminhar no Horto Florestal e quando cheguei lá tive ainda mais consciência do quanto eu estava me afundando e agora vamos voltando a viver de maneira saudável.

Só não muda, quem não quer, mas tem que ser para melhor, aqui estou me reinventando mais uma vez aos 47 anos.

Quando vc perceber que tem algo te dominado, seja lá o que for, não precisa ser só bebida, qualquer coisa, mude, foque em vc e procure ajuda se vc não conseguir sozinho.




segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Sabbat de Litha

 


Litha marca o primeiro dia do verão e se situa entre Erelitha e Afterlitha no calendário germânico antigo e um dos oito sabás neopagãos. O termo é usado especialmente no calendário Asatru.

Ocorre no Hemisfério Sul por volta de 21 de Dezembro e por volta de 21 de junho no hemisfério norte.

É o momento em que o poder do Sol chega ao seu ápice e as flores, folhagens e a relva encontram-se abundantemente floridos e verdes. Muitos dos círculos de pedra, como o Stonehenge, e dos monumentos pré-celtas estão alinhados com o nascer do Sol.

Após a união da Deusa e do Deus em Beltane, o Deus está adulto, um homem formado, e tornou-se pai - dos grãos. Em sua plenitude, ele traz o calor do verão e a promessa total de fertilização com o sucesso do enlace feita com a Deusa. Sendo o auge do Deus, também prenuncia o seu declínio, nesse momento o Deus, após cumprir a sua função de fertilizador, dá seu último beijo em sua amada e caminha ao país do Verão (Outro Mundo), utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain. Em algumas tradições festeja-se a despedida do reinado do Deus do Carvalho (Senhor do Ano Crescente) e o início do reinado do Deus do Azevinho (Senhor do Ano Decrescente) que durará até Yule.


Costumes de Litha

Há uma infinidade de lendas e ritos que envolvem a noite do Solstício de Verão: Um dos costumes mais populares na Europa e Norte da África é a colheita de ervas medicinais e mágicas nesse dia. Acredita-se que a plenitude da força do deus está impregnada nessas ervas e contém todo o poder sanador e mágico para a cura de doenças. O visco e o basílico, como outras muitas ervas, são colhidos ritualisticamente e usados para preservar a energia nos tempos frios em encantamentos e sortilégios.

Banhos purificadores e curas milagrosas são realizados nas noites mágicas em fontes, rios e cachoeiras. Acredita-se também que tudo aquilo que for sonhado, desejado ou pedido na noite de Litha se tornará realidade.

Os antigos Povos da Europa acreditam que, nessa noite, criaturas mágicas andam correndo pelos campos e florestas e poderiam facilmente ser vistos e contatados.

É costume dar continuidade a grande fogueira de Beltane, como também pula-la para se livrar dos infortúnios e da negatividade. Tradicionalmente essa fogueira é acesa com gravetos de abeto e carvalho, duas árvores consideradas mágicas pelos neopagães.



Minas sem mar, Minas em mim: Minas comigo. Minas

João Guimarães Rosa Não é segredo que João Guimarães Rosa nutria grande respeito e admiração por Minas Gerais. Mas, excedendo e levando isso...