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sábado, 26 de novembro de 2011

No sigilo, casas são vendidas dentro do Pinheirinho


Sem-teto negociam imóveis dentro do acampamento. Valor é calculado de acordo com as benfeitorias e gastos com obras de alvenaria
Bom Dia São JoséCasas à venda dentro do Pinheirinho, a ocupação sem-teto situada à margem da estrada do Imperador, na zona sul de São José dos Campos. A negociação é feita de maneira sigilosa, sem placa de 'vende-se' ou anúncios em imobiliárias. A informação foi obtida com exclusividade pelo BOM DIA.
 A reportagem entrevistou um morador que admitiu ter comprado um ‘imóvel’ na ocupação, por cerca de R$ 3.000.
 Como não há posse do terreno na área, invadida em fevereiro de 2004 e hoje com cerca de 9 mil moradores (na contagem dos sem-teto, para a prefeitura são 5.500), a venda de barracos funciona com um ‘repasse’ para o dono do ‘imóvel’.
Esse valor é calculado com base no que o proprietário gastou com obras de alvenaria, em sua casa.
TABUS. Os termos ‘comprou’ e ‘vendeu’ no entanto, ainda são tabu entre os moradores. “Pagar não (é o termo correto) porque aqui ninguém compra nada. Nós repassamos o valor do material (o que foi investido na casa) para a pessoa. Eu repassei R$ 3.000”, declarou um morador.
REFÚGIOS. Um morador que coordena um dos 14 setores do bairro afirmou à reportagem que recebe, por semana, uma média de cinco pessoas interessadas em um lugar ‘ao sol’ no terreno de 1,3 milhão de metros quadrados - o equivalente a 130 campos de futebol. Todos os espaços da ocupação estão ocupados.
“A gente escuta falar que eles estão vendendo lá dentro. Bobo é quem está comprando. A ordem é não comentar nada é para ficar todo mundo quieto”, revelou uma moradora que é vizinha da ocupação e não teve o nome revelado para não sofrer represálias.
TENSÃO. Nos últimos dias o clima foi de tensão no local, depois que a Justiça determinou a reintegração da área. Bandeiras vermelhas foram espalhadas pelo Pinheirinho e os moradores dizem que vão resistir.
Na segunda, cerca de 450 moradores do local chegaram a invadir a prefeitura como forma de exigir que a administração inscrevesse a ocupação no programa ‘Cidade Legal’, do Estado, o que não ocorreu. A prefeitura reiterou que é contra a ocupação, mas que não vai se opor à ação do Estado.
Líder sem-teto confirma: existe a venda de imóveis no acampamentoSão José dos Campos
O líder do movimento Pinheirinho, Valdir Martins, o ‘Marrom’, confirmou que há casos de negociação de imóveis dentro da ocupação. Segundo ele, isso acontece quando algum morador, por motivos variados, precisa deixar o acampamento. Sendo assim, o imóvel é ‘cedido’ para outra pessoa.
“Quando o morador desiste e vai embora, ele calcula o quanto gastou com o imóvel e o novo morador paga isso para ele, mas é um caso entre mil. A maioria não abandona (a ocupação). Às vezes acontece um problema sério de saúde ou a pessoa é fugitiva da polícia, o que tem em todo lugar (...), mas é muito difícil acontecer. Quando acontece é escondido porque nós não autorizamos este tipo de coisa", concluiu Marrom

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