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terça-feira, 4 de maio de 2010

Indignado sim... E daí?

Por muito tempo lutei para de alguma forma mudar a realidade em que vivo. Sempre achei e ainda acho que só a lamentação e a reclamação não levam a nada. Tenho a convicção que alem da critica temos de contribuir de alguma maneira para que as coisas mudem de fato e não somente na teoria.
Não podemos apenas apontar os erros dos outros temos que tentar fazer alguma coisa, errar e acertar assim que a humanidade evolui, prospera e se educa.
Enfim sempre lutei para ser a vidraça porque somente quando se faz é que se pode acertar.
Porem quando nos envolvemos com grupos seja lá públicos ou privados começamos a perceber que em Campos do Jordão as pessoas não querem de maneira alguma organizar e aperfeiçoar o convívio social.
Criam-se inúmeras dificuldades para depois negociar a facilidade.
Então surge aquele impasse: Se participamos e cobramos uma postura mais seria por parte dos poderes constituídos acabamos sendo rotulados de rabugentos, intolerantes e metidos no que não nos interessa, mas se mantemos a distancia nos tornamos displicentes, desinteressados, alienados e coniventes com a pilheria instalada em todos os segmentos da cidade.
Quando não suportamos mais as mesmas ladainhas e discursos vazios e explodimos em indignação somos rapidamente apontados como temperamentais e irresponsáveis e reduzem nossas palavras a um mero rompante de falta de educação e descontrole emocional.
Somos induzidos a ter vergonha de ter opinião própria e de expressá-las em publico por que isso fere de morte o ego dos “pseudos” especialistas políticos de ocasião.
Nestas situações em que somos confrontados com nossa vontade de fazer a diferença e cobrar veementemente uma atitude correta dos entes públicos e a ira de ser simplesmente ignorados pelos que lá estão para nos representar e principalmente nos respeitar acabamos por envenenar nossa alma, e a perder a esperança que ainda mantemos no homem.
Neste momento estou com vergonha, vergonha de mim mesmo, vergonha por fazer parte desta sujidade que atende pelo nome de povo, povo jordanense, vergonha porque quem os colocaram lá fomos nós.
Nestas ocasiões onde a única coisa que nos resta é o sentimento de fracasso de ruína moral é que descobrimos em nosso interior que o combustível da vida não é a felicidade e sim a vontade de alcançá-la.
Mesmo com todo o esforço empreendido pelos que detém os poderes políticos e econômicos para espremer o povo entre a pobreza e a ignorância e transformar a vontade do povo em uma idéia impossível de ser realizada acabamos nos tornando mais fortes e das cinzas surgimos mais organizados e muito, mais muito mais indignados com a estupidez com que somos diariamente conduzidos.
E para quem acha que o povo pode ser enganado para sempre e que todos estão dormindo eternamente em berço esplendido deixo um pensamento do poeta revolucionário
Jimmy Cliff:
“Se eles querem meu sangue.
Verão o meu sangue só no fim.
Se eles querem meu corpo.
Só se eu estiver morto, só assim”.


2 comentários:

  1. Reginaldo, estou aqui lendo seu texto e tentando encontrar palavras para comenta-lo, e veio em meu coração a infeliz certeza que habitamos uma sociedade hipocrita, por que ouvimos tanto da tal democracia, mas que esta na verdade nao pode ser exercida pelo povo.
    Temos uma imensa responsabilidade, entregamos o poder na mão dos nossos governantes, mas somos a todo instante coibidos de cobrar, mesmo vivendo na democracia, a acomodação tomou conta, infelismente da maioria, alias talvez nem podemos chamar este fenomeno de acomodação, mas de egoismo; o meu canditado me da o que preciso em termos financeiros, logo o seu voto esta garantido, nao se pensa mais no bem coletivo,o eu, hoje em dia fala muiito mais alto.
    Portanto vivemos na escuridao, com as pernas quebradas????? Não o direito existe e precisamos lutar por ele.
    Mas sabe Reginaldo hoje tenho a certeza, estamos lutando do lado errado, precisamos cobrar dos eleitores primeiro, pra depois cobrarmos os eleitos, porque, enfim somos rabugentos sim, temperamentais sim, mas estamos lutando nao somente por nos, mas por esses que nos chingam tambem.
    Reginaldo faço as palavras da Debora as minhas, belissimo texto.

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  2. Déborh e Bárbara agradeço pelas palavras e digo mais infelizmente de vez em quando ficamos completamente embasbacados com o que acontece bem debaixo de nossos narizes.
    A forma como os políticos sejam eles do executivo ou do legislativo tratam a coisa publica e o publico chega a ser surreal isso para não dizer pornográfica.
    Esta revolta sempre toma conta de mim quando passo naquele prédio atrás da matriz.
    Se cercar vira hospício, se cobrir vira circo.
    Valeu gente!

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